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Atriz é condenada a pagar indenização milionária ao ex-marido

Disputa judicial entre Johnny Depp e Amber Heard atraiu a atenção do mundo inteiro

02/06/2022 às 12h59 | Atualizado: 02/06/2022 às 13h07 | By: Da Redação

Após um relacionamento de cinco anos, divorciados desde 2017, os atores Johnny Depp (“Piratas do Caribe”) e Amber Heard (“Aquaman”) se enfrentaram nos tribunais por acusações mútuas, numa ação que terminou esta semana. Ambos foram condenados apagar indenizações, um ao outro, entretanto Deep levou a melhor, pelas acusações de difamação contra a ex, nas quais alega prejuízos com a perda de papéis em filmes, dentre eles o do Capitão Jack Sparrow, em uma sequência da franquia “Piratas do Caribe”. Condenada à uma indenização de U$ 15 milhões (aproximadamente R$ 71,9 milhões), Amber pagará pouco mais de U$ 8,35 milhões (R$ 38,3 milhões).

O caso de difamação de Johnny Depp contra Amber Heard, que tramitou no Tribunal do Condado de Fairfax, na Virgínia, EUA, ganhou as manchetes do mundo inteiro. Iniciado em 11 de abril, a disputa judicial começou em 2018, após a publicação de um artigo de Amber, no jornal americano The Washington Post, um dos mais importantes do país, no qual ela cita ter vivido uma “experiência como figura pública alvo de violência doméstica". Em um dos trechos, ela escreve: "senti toda a força da ira que nossa cultura nutre pelas mulheres que se manifestam". Em outra parte a atriz declara: "tive a oportunidade de ver, em tempo real, como as instituições protegem os homens acusados de abuso". Ao saber da publicação, Deep processou a ex-esposa e o jornal britânico The Sun, por causa de outro artigo, mas perdeu ambos. Em abril deste ano,  Amber decidiu processar Deep, exigindo reparação.

Os três trechos escritos no artigo e o depoimento da modelo e ex-namorada de Deep, Kate Moss, foram considerados cruciais para que os 12 jurados condenassem Amber ao pagamento da indenização por difamação, no valor de U$ 10 milhões. O júri ainda condenou a atriz a pagar outros U$ 5 milhões como medida compensatória, entretanto a juíza Penney Azcarate reduziu o valor até o teto estabelecido no Estado da Virginia para este tipo de caso: U$ 350 mil. Deep também foi condenado ao pagamento de indenização no valor de U$ 2 milhões (cerca de R$ 9,5 milhões), por difamação.

Em seu depoimento por vídeo conferência, Kate Moss, que foi namorada de Johnny Deep entre 1994 e 1998, afirmou: "nós estávamos saindo do quarto e Johnny saiu antes de mim. Estava tendo uma tempestade, eu escorreguei nos degraus e machuquei as costas. Gritei porque não sabia o que tinha acontecido, eu estava com dor. Ele voltou, me carregou para o quarto e me garantiu atendimento médico", afirmou Kate. Questionada pelo advogado de defesa se em algum momento houve agressão, ela foi enfática: "Johnny nunca me empurrou, me chutou ou me jogou escada abaixo".

Em razão das declarações de Kate Moss, os jurados não consideraram suficientes, as provas apresentadas por Amber, relacionadas às acusações de estupro e violência doméstica. A modelo e ex-namorada foi citada por Amber como “outra vítima” de agressão praticada por Johnny Deep.

Amber Heard esteve presente no tribunal, enquanto Depp assistiu por vídeo conferência, da Inglaterra, para onde viajou a fim de participar de um show com o guitarrista Jeff Beck (Yardbirds). Durante todo o processo, além de Kate Moss foram ouvidas várias personalidades de Hollywood, a meca do cinema mundial, dentre executivos, agentes, guardas-costas, além de médicos, amigos e familiares. Também foram utilizados, por ambas as partes, mensagens de conversas de aplicativos, vídeos e áudios, expondo o pouco que ainda restava da privacidade do casal.

Início de relacionamento se deu ao longo de gravações

Johnny Depp e Amber Heard se aproximaram em 2012, no curso das gravações do longa "O diário de um jornalista bêbado". O namoro e noivado durou até 2015, quando resolveram oficializar a união por meio do casamento. Sobre a cerimônia, Johnny Deep a descreveu como “regada a drogas”. Após 15 meses e uma série de polêmicas, Amber pediu o divórcio em 2016, oficializado em 2017, com acusações de violência doméstica, assédio e abuso emocional, que resultaram em uma medida protetiva contra o ex-marido. Pouco depois, os dois anunciaram a resolução dos problemas, com Amber retirando as acusações como parte do acordo, pelo qual recebeu uma indenização de US$ 7 milhões (algo em torno de R$ 35,5 milhões). Segundo ela, metade seria doada à União Americana das Liberdades Civis (ACLU) e a outra metade ao Hospital Infantil de Los Angeles. Apesar disso, a atriz afirmou em 2019, que não poderia fazer a doação do valor integral para a ACLU por estar passando por problemas financeiros.

Entenda o processo

Depois da trégua selada com o acordo de divórcio, Amber manifestou-se novamente contra Johnny Deep em 2018, dessa vez, publicando o artigo no The Washington Post. Mesmo sem haver uma citação textual ao ex-marido ou a qualquer outra pessoa, Depp resolveu processar a atriz, reivindicando uma indenização de US$ 50 milhões (R$ 239,5 milhões). Segundo a defesa do ator, o histórico do relacionamento deixava evidente a intenção, configurando difamação, responsável por abalar a carreira dele e prejudicar "incalculavelmente" sua reputação. Deep alegou ter perdido papéis importantes desde então.

Um outro processo foi aberto por Johnny Deep, na mesma época, contra o jornal britânico The Sun, que em mais um artigo se referiu a ele como "espancador de esposa", também em 2018. Entretanto o ator perdeu ambos os processos.

O caso retornou aos tribunais, desta vez no Estado americano da Virgínia, em abril deste ano, porque Amber apresentou uma reconvenção, ou seja, processou Depp de volta, exigindo reparação no dobro do valor pedido por ele – US$ 100 milhões (cerca de R$ 481 milhões). Por sua vez, a juíza Penney Azcarate não acatou o pedido de arquivamento do processo, feito pela defesa de Deep.

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